6 motivos por que jovens abadonam a igreja

A relação entre a igreja e os jovens tem sido um tema de preocupação para muitos pais e líderes religiosos pois a juventude muitas vezes é vista como uma porta para o abandono da fé. Um estudo abrangente do Barna Group revelou várias razões pelas quais muitos jovens abandonam a igreja após a adolescência. A pesquisa, conduzida ao longo de cinco anos, oferece uma visão detalhada dos desafios e oportunidades para cultivar uma fé duradoura entre adolescentes e jovens adultos em um mundo em constante mudança. Aqui estão as seis principais razões identificadas pelo estudo:

1. Tendência das igrejas a serem superprotetoras

Uma das principais razões para o afastamento dos jovens é a percepção de que as igrejas são excessivamente protetoras. Jovens de 18 a 29 anos relataram que a experiência cristã muitas vezes se sente sufocante e baseada no medo e no conforto, em vez de ser uma expressão autêntica da fé em Cristo. Muitas vezes, os jovens sentem que a igreja demoniza o que está fora de seus muros, ignora problemas do mundo real e se preocupa excessivamente com a influência de filmes, músicas e videogames. Em vez de preparar esses jovens para lidarem com a mídia secular.

2. Experiência superficial do cristianismo

A falta de profundidade nas experiências de fé também contribui para o abandono da igreja. Muitos jovens acham que as atividades da igreja são entediantes e que a fé não tem relevância para suas carreiras ou interesses pessoais. Além disso, a falta de clareza e frequência no ensino bíblico, como apontado por 23% dos entrevistados, faz com que muitos sintam que Deus está ausente de suas experiências na igreja. O que pode significar que a igreja está focando em trazer jovens, mas não em dar alimento espiritual sólido ou capacidade de aplicação em suas vidas.

3. Antagonismo percebido em relação à ciência

A tensão que sentem entre a fé cristã e a ciência é uma preocupação significativa para muitos jovens. A percepção de que os cristãos são excessivamente confiantes em suas respostas e que a igreja está desatualizada em relação ao mundo científico contribui para o afastamento, com 25% dos jovens afirmando que a igreja tem posturas anticientíficas. Muitos jovens (23%) também relataram sentir-se desencorajados pelo debate entre criação e evolução, e lutam para reconciliar suas vocações científicas com suas crenças religiosas. Essas afirmações são mais proeminentes ainda em grupos de jovens que seguem carreira científica.

4. Experiências simplistas e julgadoras sobre sexualidade

Os jovens cristãos frequentemente enfrentam uma abordagem simplista e julgadora da sexualidade na igreja, com 40% afirmando que os ensinamentos da igreja sobre sexualidade e controle de natalidade são ultrapassados. Em uma cultura que valoriza a hipersexualidade e o acesso irrestrito à pornografia, muitos jovens lutam para entender e viver os padrões de castidade e pureza sexual esperados pela igreja. Sentimentos de julgamento também são comuns entre esses jovens.

5. Natureza exclusiva do cristianismo

A exclusividade do Cristianismo como única forma de se aproximar de Deus é outra razão significativa para o afastamento dos jovens, segundo os entrevistados relatam. A geração atual possui uma tendência a valorizar a mente aberta, a tolerância e a aceitação. E muitos jovens sentem que as igrejas têm medo das crenças de outras religiões e que são forçados a escolher entre sua fé e seus amigos (segundo 29%).

6. Hostilidade em relação a dúvidas

Finalmente, a falta de um espaço seguro para expressar dúvidas e questionamentos é um fator crucial no afastamento dos jovens. Muitos não se sentem confortáveis em compartilhar suas dúvidas intelectuais ou emocionais com a igreja (36%), e a resposta da igreja a essas dúvidas é frequentemente vista como trivial. A sensação de que a fé não ajuda com problemas emocionais, como a depressão, também é um problema para muitos jovens adultos (18%).

Resultados semelhantes no Brasil

O Narniano conduziu um estudo semelhante este ano, com resultados parecidos. Nele, muitos jovens apontaram a falta de acompanhamento na vida adulta, a influência de professores no ambiente universiário e a incapacidade de líderes cristãos de responderem perguntas genuínas sobre a fé.

Conclusão

O estudo do Barna Group sugere que há duas respostas opostas, mas igualmente problemáticas, para lidar com essas questões: A primeira seria a minimização das preocupações dos jovens, não levando em conta os problemas apontados por eles. E o segundo seria a super-correção, que foca excessivamente nas preferências dos jovens em detrimento das necessidades de crentes mais velhos. Em vez disso, a pesquisa aponta para a importância de cultivar relacionamentos intergeracionais e de construir uma comunidade de fé que funcione como um corpo integral, trabalhando juntos para cumprir os propósitos de Deus. Dessa forma, haverá formação relacional e intelectual suficiente para preparar o jovem para a vida adulta e ao mesmo tempo prepará-lo para não viver um cristianismo superficial.

Com informações do Barna Group

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